Penso que a marca principal e primeira de uma igreja saudável é a centralidade da Palavra, particularmente conforme ela é expressa na pregação expositiva. Essa é realmente a marca mais importante de uma igreja saudável, e estou convencido de que se for cuidada do modo correto, as outras marcas a seguirão. Em outras palavras, se você errar nessa marca, mas talvez acertar em outras que abordaremos mais adiante, elas acabarão sendo descartadas ou distorcidas porque não brotaram primeiramente da Palavra. Mas se estabelecer a prioridade da Palavra, você terá posicionado corretamente o aspecto mais importante da vida da igreja. E, com isso, a saúde da igreja em crescimento está praticamente assegurada, não importa o que aconteça em termos numéricos.
Então, o que é essa coisa tão importante chamada pregação expositiva? Habitualmente, estabelece-se um contraste entre ela e a pregação temática. A pregação temática se dá quando determinado tema da Bíblia é selecionado e ensinado, enquanto a pregação expositiva consiste em separar um texto da Bíblia e pregá-lo. O sermão temático começa com o pregador elegendo um tema específico para abordar e, então, ele descobre aquela verdade refletida em determinada passagem ou talvez em vários textos bíblicos. Histórias e episódios são combinados, e tudo é entrelaçado em torno do assunto.
Um sermão temático pode certamente ser expositivo, na medida em que faça uso correto e cuidadoso dos textos.
Entretanto, o seu objetivo já foi determinado antes de o pregador chegar à Palavra, por seu próprio pensamento acerca do que a congregação precisaria ouvir.
Entretanto, a pregação expositiva não é simplesmente expor no púlpito um comentário bíblico, versículo a versículo. Às vezes, esse tipo de ensino pode ser uma pregação. Mas certamente a pregação expositiva não é só isso. Na verdade, ela é aquela que extrai o ponto principal do sermão do ponto principal do texto bíblico que está sendo exposto.
A pregação expositiva é aquela que está a serviço da Palavra. Ela pressupõe a crença na autoridade das Escrituras, mas é algo mais do que isso. Isso ocorre porque um compromisso com a pregação expositiva é um compromisso de ouvir a Palavra de Deus. Ela surge da afeição por Deus e de um desejo de ouvi-lo; da percepção de que a vida e o crescimento espiritual vêm por meio de ouvir a Palavra de Deus. Então, uma pregação expositiva é a Palavra de Deus sendo levada ao povo de Deus.

Os pregadores cristãos de hoje têm autoridade para falar da parte de Deus, mas somente desde que falem as palavras do Senhor. Eles não recebem simplesmente a ordem de pregar, mas são comandados especificamente a pregar a Palavra. Ora, os pastores podem aceitar alegremente a autoridade da Palavra de Deus. Eles podem até mesmo professar crer na inerrância da Bíblia.

Então, o que é verdadeiro no mercado imobiliário também é verdadeiro na compreensão da Bíblia. As três características mais importantes dos imóveis — e também da interpretação das Escrituras — são: localização, localização e localização. A Bíblia não foi escrita um versículo por vez, como aquelas frases das caixinhas de promessas. Ela foi escrita em livros e precisamos entendê-la dentro do seu contexto.
Nós estudamos um livro específico, e nos esforçamos ao máximo para compreender o seu contexto na Bíblia, com a ajuda do Espírito Santo. Nesse sentido, um pregador prega com base em uma passagem ou parte dela, que pode ser desde uma palavra ou frase até um capítulo inteiro. Tomamos essa porção da Palavra de Deus e perguntamos: “Qual é o seu objetivo? Por que ela está aí? O que ela diz?” E então levamos isso ao povo de Deus. Isso é o que queremos encontrar no centro das nossas igrejas.
Deixe-me acrescentar rapidamente que penso haver ocasiões legítimas para um ensino por meio de temas, mesmo na reunião semanal principal da igreja. Mas creio que a força motriz por trás da convicção de que a pregação deve ser normalmente expositiva é que a pregação deve ter a Palavra de Deus no seu centro.