sexta-feira, 21 de abril de 2017

Jesus curou dois cegos, ou foi apenas um?

MATEUS 20:29-34 (cf. Mc 10:46-52; Lc 18:35-43)
Aí está uma resposta para tua pergunta, vinda dos evangelhos sinóticos, segue uma explicação: Jesus curou dois ou um cego em Jericó. A primeira vista parece que existe uma confusão entre as narrativas, pois os evangelistas Mateus e Marcos citam a cura de dois cegos e Lucas cita a cura de um cego e ainda aparece o nome dele, Bartimeu.

 Outras dúvidas existem no texto: afinal esta cura foi quando Jesus entrou em Jericó ou saiu de Jericó. (conferir os textos: Mateus 20,29-34; Marcos 10,46-52 e Lucas 18,35-43). Para entendermos estas modificações no texto, hoje existem estudos que nos ajudam e dão uma luz na interpretação das alterações.

 Um ou dois cegos? A diferença de narrativas que aparece nos três evangelhos é uma contradição? É claro que não. Os evangelistas estariam falando a verdade, mas relatando o fato da cura de uma maneira diferente. Eles deram ao milagre do cego, narrativa oral que conheciam no momento e fragmentos escritos, considerações próprias que acreditavam ser importantes e que poderiam ser facilmente entendida pelos que iriam ler e ouvir nas comunidades respondendo a obra de evangelização que realizavam: tornar conhecido Jesus Cristo. 

A cura do cego vem narrada em três evangelhos. Naturalmente trazem elementos importantes tais como: a contribuição do autor em cada narrativa evangélica; as comunidades onde o texto surgiu; a época em que foram escritas; os locais no Império Romano (como Jerusalém, Roma e Antioquia); e os cristãos que existiam neste tempo. A concordância sinótica nos ajuda a entender as diferenças do texto.

 Os três Evangelhos postos em concordância sinótica, concluí que Jesus não foi a Jericó uma só vez, mas sim diversas vezes. (Caso de Mateus é uma exceção na sua narração coloca apenas uma viagem de Jesus a Jerusalém). Entre as vezes que para lá se dirigiu, em duas delas curou cegos: uma vez foi Bartimeu, filho de Timeu, quem recebeu a graça; outra vez foram outros dois cegos que também tiveram a restituição da vista. Na hora de colocar este milagre na narrativa do evangelho, os autores utilizaram as narrativas orais que existiam.