segunda-feira, 24 de abril de 2017

O verdadeiro Evangelho (02)


 livro de 1 João, capítulo 2, verso 7
“Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes. 8 Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina. 9 Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. 10 Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. 11 Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos”.


 Como alguém pode saber que é verdadeiramente nascido de novo? Não é simplesmente porque repetiram uma oração. Não é simplesmente porque se juntaram a alguma organização religiosa ou porque fizeram algum ritual religioso. A evidência de salvação é uma obra de Deus nas nossas vidas, que nos faz crescer em conformidade com o Seu caráter e em conformidade com a Sua vontade. Temos a garantia de que verdadeiramente nascemos de novo porque as coisas que estão escritas em 1 João se encontram em nossas vidas, pelo menos em algum nível.

 Uma vida que não foi transformada não foi salva. Sei que vivemos em um país onde todos e mais alguns são Cristãos, porque uma vez em uma cruzada evangelística fizeram uma oração. Meu amigo, isso não é bíblico. Somos salvos pelo poder de Deus porque a salvação é o poder de Deus. É originada pelo poder de Deus e somos salvos, não por repetirmos uma oração, mas por nos arrependermos dos nossos pecados e crermos no evangelho. E a marca, as verdadeiras marcas de que fizemos isso, são as coisas escritas nas Escrituras, que identificam o verdadeiro Cristianismo.

A vida do verdadeiro Cristão é marcada por obediência habitual, com o habito de obedecer. A nossa obediência não será perfeita. Um verdadeiro Cristão irá pecar. É por isso que ele deve ser sensível ao pecado. Mas vida de um verdadeiro Cristão será marcada por um novo relacionamento, um relacionamento real com a palavra de Deus.

 “Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão. Até agora está em trevas”. Possivelmente a maior prova de verdadeiro Cristianismo é o amor aos irmãos.

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." João 13:35


Quero que saibam uma coisa. É verdade que no meio do povo de Deus — E antes de prosseguirmos, deixem-me dizer isto: nem toda a gente que vai à igreja no domingo de manhã é família de Deus. Há membros de igreja que não são Cristãos — Então você diz, “como podemos distingui-los?”. Olhe para a sua vida. Mas mesmo entre os verdadeiros Cristãos há falhas. Há problemas. Há tropeço. Mas o que acontecerá, se fosse verdadeiramente convertido, é que você terá um amor pelo povo de Deus porque vocês são um só. Dizem que os laços de sangue são mais fortes que qualquer outro. Estou certo de que são e de que é assim que deve ser. Mas o Espírito é mais forte que os laços de sangue


Primeiro, quero falar com vocês sobre isto. Quando olhamos para Romanos 1:16, e entendemos que Paulo não estava envergonhado do Evangelho, isto pode parecer algo incomum para nós: que ele tenha feito esta declaração, sendo um apóstolo, o principal portador do Evangelho de Jesus Cristo. Mas, quero te dizer que, na carne, Paulo teria muitas razões para estar envergonhado do Evangelho, porque o Evangelho que ele pregava contradizia tudo que se cria ser verdade, e tudo que se cria ser sagrado em sua cultura. Agora, rapidamente, quero dizer isto: Paulo não tinha nenhum intento de ser relevante à sua cultura. Ele não tinha nenhum intento de fazer um acordo com ela, adaptar sua mensagem a ela, por um embrulho na sua mensagem ou qualquer outro tipo de absurdo que se tem tornado tão proeminente na comunidade evangélica de hoje. Para o judeu, o Evangelho — o Evangelho de Paulo — era o pior tipo de blasfêmia, porque declarava que o Nazareno, que morreu naquela cruz amaldiçoada, era o Messias e o Filho de Deus. Para o grego, era o pior tipo de absurdo, porque declarava que este judeu de um lugar distante era na verdade, Deus em carne. Por isso, Paulo sabia que, quando abrisse sua boca para proclamar o Evangelho, ele iria ser completamente rejeitado e ridicularizado com desprezo, a menos que o Espírito Santo interviesse e movesse sobre os corações e mentes dos que escutavam. Isto é o que ela sabia. Isto é o que vocês devem saber. Se você está pregando o Evangelho de maneira correta, será um escândalo e, se você diminui o escândalo, não está mais pregando o Evangelho.

Vamos analisar isso por um momento. Nós vivemos em uma era de Relativismo, um sistema de crença que se baseia na certeza absoluta de que não existem certezas absolutas. Nós hipocritamente aplaudimos os homens por buscarem a verdade, mas pedimos a execu- ção pública de qualquer homem que acredite tê-la encontrado. Nós vivemos em uma era de Obscurantismo auto-imposto. Por quê? As razões são claras. O homem natural é uma criatura caída, é moralmente corrupto e está empenhado em ter autonomia, isto é, em governar-se a si mesmo. Ele odeia a Deus porque Deus é justo ele odeia as leis de Deus, pois ela o censuram, e restringem a sua malignidade. Ele odeia a verdade, pois ela expõe quem ele é, e aflige o que lhe restou de consciência.

 Portanto, o homem caído busca empurrar a verdade — especialmente a verdade sobre Deus — para o mais longe possível dele, para eliminá-la. Ele irá a qualquer extremo para suprimir a verdade, até mesmo ao ponto de entender que a verdade é algo que não existe; ou, se na verdade existe, não pode ser conhecida, ou não tem relevância alguma em nossas vidas.

O Evangelho Cristão é um escândalo para o homem envolvido com o Relativismo e para a sua cultura, porque o Evangelho Cristão faz exatamente o que o homem mais deseja evitar: desperta-o do adormecimento auto-imposto para a realidade de sua natureza caída e rebelde, e o chama a rejeitar a autonomia e o autogoverno e se submeter a Deus através do arrependimento e fé em Jesus Cristo. Também vivemos em uma época de Pluralismo, um sistema de crença que põe fim à verdade, declarando que tudo é verdade. Compreendem o que estou dizendo? Quando tudo é verdade, isto é, quando declarações contraditorias e diametralmente opostas são ambas etiquetadas como verdades, o resultado é a morte da verdade.

Não temos o direito de diluir a afronta do Evangelho ou civilizar suas exigências radicais, com o objetivo de fazê-lo mais atrativo a um mundo caído ou a membros carnais da igreja. Nossas igrejas estão cheias de estratégias para fazê-las mais “amigáveis”, “desembrulhando” o Evangelho, removendo a pedra de tropeço e retirando o fio da navalha para que ele seja mais aceitável aos homens carnais.

 Nós devemos buscar ser “agradáveis”, mas devemos nos dar conta de que importa agradar somente a Um, e esse é Deus. Se nós estamos nos esforçando para tornar a nossa igreja e a nossa mensagem “adaptáveis”, então, devemos adaptá-las a Ele. Se estamos nos esforçando para edificar nossa igreja e nosso ministério, então, devemos edificá-los sobre uma paixão de glorificar a Deus e um desejo de não ofender a Sua Majestade. Não importa o que o mundo pensa de nós. Não estamos aqui para buscar as honras desta terra, mas sim as honras dos céus.


Nós vivemos em uma época incrédula e cética. Nossa fé é ridicularizada como um mito sem esperança, e somos vistos seja como fanáticos de mente fechada, seja como homens de mente fraca, vítimas de um engano religioso. Tal forma de ataque frequentemente nos coloca na defensiva e tentamos contra-atacar, e provar a nossa posição e a nossa relevância com a Apologética. Quero dizer isto: eu estou de acordo com a Apologética, mas, ainda que algumas formas dessa disciplina sejam muito úteis e necessárias, devemos nos entender que o poder ainda está na proclamação do Evangelho. Não podemos convencer um homem a crer mais do que podemos levantar os mortos. Tais coisas são a obra do Espírito de Deus. Os homens são atraídos à fé somente através da obra sobrenatural de Deus e Ele tem prometido trabalhar, não através da sabedoria humana, nem através de habilidades intelectuais, mas através da pregação de Cristo crucificado e ressuscitado de dentre os mortos. Devemos encarar o fato de que nosso Evangelho é uma mensagem inacreditável.

A igreja na América hoje se parece com um parque de diversões de Jesus, porque se você atrai pessoas usando métodos carnais, terá que manter essas pessoas usando métodos carnais. 

Vejamos este convite: “Deus te ama e tem um plano maravilhoso para sua vida”. Muitas vezes, isso vem acompanhado por uma explicação de tudo o que Jesus pode fazer pela pessoa. Consertar sua vida, seu matrimônio, suas finanças, sua autoestima. E, quando creem nessa mentira religiosa, dada por uma autoridade religiosa, se alguém vem depois e tenta pregar o Evangelho a eles — porque estão vivendo no mundo —, eles não escutarão, porque a mentira religiosa tem muito poder.

Nós temos a mesma quantidade de gente saindo pela porta traseira da igreja, como de gente entrando pela porta principal, porque não estamos fazendo discipulado pessoa. Não! É porque não estamos pregando o Evangelho corretamente e porque estamos declarando as pessoas convertidas, sem na verdade serem.

Então, em vez de dizer: “Deus ama você e tem um plano maravilhoso para sua vida”, diga a eles quem Deus é. Porque se você lhes dê um deus feito à sua própria imagem, garanto que eles irão aceitá- lo, mas não será o Deus que salva. Diga a eles quem Deus é, exalte a Deus diante deles e diga-lhes que tudo em suas vidas tem que inclinar-se ante a Sua vontade. Ele não é como vocês. Arrependa-se e creia. A nossa apresentação do Evangelho estimula os homens por aquilo que Deus pode fazer por eles aqui na terra, ou por quem Deus é?

 você crê para salvação, e a evidência de que você realmente creu é esta: você é salvo somente pela fé em Cristo, mas, se você crê em Cristo verdadeiramente, sua vida estará mais e mais aberta à comunhão e companheirismo com Ele.

Chamamos os homens ao arrependimento e a crer. E se, nesse momento, se arrependem e creem verdadeiramente, nesse momento são salvos, nesse momento! Mas a evidência é mais do que somente sinceridade de uma oração! É a continuação da obra de Deus em sua vida através da santificação. 

Se alguém é verdadeiramente convertido, ele confessará publicamente a Cristo em palavras e em obras. O que estou dizendo é que a salvação envolve uma doutrina perdida chamada “Regeneração”. E que, quando um Deus salva um homem, Ele está regenerando seu cora- ção, convertendo-o em uma nova criatura, e a evidência é esta: você viverá como uma nova criatura. E ele confessará a Cristo, isto é, o homem que verdadeiramente tem crido em seu coração, terá sua vida marcada pela confissão bíblica de Cristo em palavras e em obras.