segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Evangelismo usando técnicas de venda

Evangelismo usando técnicas de venda profissionais é o equivalente espiritual da inflação monetária. Antes de Adolf Hitler ascender ao poder na Alemanha, aquele país passou por uma crise inflacionária em que era literalmente necessário um carrinho-de-mão cheio de marcos alemães para comprar um pão! Todos possuíam muito dinheiro, mas ele era praticamente sem valor. E encher igrejas com pessoas não regeneradas que fazem confissão de fé para desfrutar dos benefícios proporcionados aos membros é inflação espiritual. A igreja de Jesus Cristo é, e deve ser, o mais exclusivo grupo de pessoas na Terra e transformá-la em um grêmio social, pregando uma "salvação fácil", é apostasia, pura e simples.
Há muitos anos os cristãos conservadores aguardam a perspectiva de um êxodo em massa da fé para cumprir "a apostasia" do seguinte versículo em 2 Tessalonicenses:
"Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição." [2 Tessalonicenses 2:3].

Atualmente, a maioria dos crentes continua esperando um tempo no futuro em que um grande número de pessoas renunciará a sua fé. Foi assim que aprendi e parecia fazer sentido, mas o plano de Satanás é terrivelmente astucioso, de tal forma que elementos "cristãos" falsificados (o joio de Mateus 13:24-30;36-43) estão atualmente originando esse grande abandono da fé, professando aderir a ela! Milhares de pessoas estão se camuflando, adotando aspectos exteriores de cristianismo, mas seus corações nunca foram transformados pelo novo nascimento. E hordas de apóstatas — mercenários religiosos disfarçados de líderes espirituais — estão enriquecendo ao atender às ambições dessas pessoas.
O acréscimo de "novos convertidos" ao rol de membros sempre conduzirá uma igreja em direção à ruína espiritual se todas as pessoas que fizerem confissão de fé forem aceitas sem demonstrarem provas de sua conversão espiritual. A presença do Espírito Santo na vida de uma pessoa é a única característica que diferencia o mero convicto do cristão genuíno. O discernimento espiritual exercido por um corpo de crentes regenerados — a igreja — deve ser o fator determinante para que uma confissão de fé seja considerada legítima. Em outras palavras, será se o indivíduo "conversa como um cristão e caminha como um cristão" de forma satisfatória a ponto de sua confissão ser considerada válida pela maioria? Aceitar demônios passando-se por anjos, com base unicamente em uma confissão de fé, é evidentemente ridículo, mas hoje em dia isso tornou-se a regra e não a exceção, e poucos se dão conta do problema.
Por falar em "poucos" — as seguintes passagens das Escrituras deveriam chamar nossa atenção:
"Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem." [Mateus 7:13-14;
A história da igreja mostra que, com exceção dos raros casos em que Deus trouxe reavivamento ao Seu povo, relativamente poucas conversões genuínas ocorreram quando comparadas ao total populacional em determinadas épocas e localidades. Portanto, o conceito de evangelismo de massa é contraditório a essa realidade, e todos os esforços empregados pelos homens para produzir os mesmos resultados que foram alcançados nos tempos de verdadeiro e sublime reavivamento estão representando um papel fundamental na apostasia. Despertar os homens para conhecerem a salvação em Jesus Cristo e livrarem-se de uma eternidade no inferno é totalmente bíblico, mas convencê-los a "aceitar a Cristo" envolve vários problemas significativos. Alguém pode prontamente aceitar o conceito de salvação sem verdadeiramente experimentar a regeneração espiritual. Aceitar uma verdade intelectualmente, de forma superficial, a fim de evitar um castigo eterno ("fugir do fogo do inferno") é o equivalente espiritual de tapar o sol com a peneira. E a "salvação fácil", como é chamado por alguns, está contribuindo grandemente para a inflação do número de convertidos e a inevitável decadência das igrejas, porque não é feito um esforço no sentido de testificar a fé genuína. Satanás sempre procura meios de infiltrar seus agentes encobertamente, não importa o quanto uma igreja seja criteriosa em sua constituição, mas admitir novos membros sem estabelecer um período probatório é uma receita para o desastre.
"Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus..." [2 Timóteo 2:19].

O Senhor conhece os que são Seus, mas os cristãos não possuem o mesmo grau de discernimento com relação aos seus semelhantes. Assim, antes de considerarmos alguém irmão ou irmã em Cristo de forma particular, precisamos exercitar o discernimento espiritual a fim de identificar se há evidência dos frutos do Espírito Santo em suas vidas. Este mesmo princípio deve ser aplicado a todos que queiram fazer parte da igreja local. Mas como o fato de não aceitar o ingresso de alguém ao rol de membros leva os envolvidos a uma situação embaraçosa — e o processo de análise está sujeito a influências pessoais por parte de alguns membros — a prática foi abandonada muitos anos atrás. Essa interrupção, porém, tem sido uma das principais causas para a decadência de nossas igrejas.
Saiba, porém, que pode não ser fácil encontrar uma igreja já estabelecida onde a quantidade de trigo ainda seja maior do que a de joio. Alguns continuam a lutar pela fé, mas esse grupo está diminuindo rapidamente à medida que eles cedem à sedução do movimento de crescimento e do mundanismo em geral.
Portanto, se você está determinado a manter-se fiel, é bem provável que tenha de se reunir ao redor da mesa de jantar para adorar com sua família e/ou alguns amigos que são cristãos nascidos de novo. Todavia, essa não é, certamente, uma má idéia! Durante os primeiros duzentos ou trezentos anos da Era Cristã, as igrejas nos lares eram comuns e parece que teremos de voltar a esse sistema antes da volta do Senhor.
Porém, algo que muitos ainda não compreendem é que uma igreja não é um grande edifício, com uma torre e a placa de uma denominação em cima da porta. A igreja — palavra grega ekklesia, que significa grupo ou assembléia — consiste de todos os crentes nascidos de novo em Jesus Cristo, que se reúnem nesse local específico. Quando o culto acaba e as pessoas voltam para suas casas, a igreja se dispersa, saindo do edifício. Devemos enfatizar que as palavras proferidas pelo Senhor no seguinte versículo descrevem uma igreja do Novo Testamento:
"Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." [Mateus 18:20].

Queridos, quando dois ou três (ou mais) cristãos sinceros se reúnem em qualquer lugar e hora para oração, estudo bíblico, louvor e adoração — esse grupo é uma igreja! O Senhor está entre eles e receberá a adoração deles.
Quando os filhos de Deus reconhecerem que a congregação da qual fazem parte excedeu os limites e tornou-se presa do movimento apóstata que preconiza "encher os bancos usando todos os meios necessários", é preciso atender ao apelo bíblico, apartar-se e sair do meio deles. Esse processo pode nos distanciar ou até mesmo nos fazer perder alguns amigos, porém é muito melhor estar com a minoria fiel do que permanecer com a maioria no caminho largo que conduz à perdição.